
A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), como esperado, chegou aos 13,25% e, na próxima reunião em março, deve alcançar os 14,25%. Para a maioria das pessoas, essa informação pode parecer irrelevante, mas, na verdade, afeta significativamente nosso dia a dia. O aumento da taxa básica de juros cria um efeito cascata que encarece todos os financiamentos, desde a compra parcelada de um celular até a aquisição de um apartamento, ao impactar as expectativas futuras. Aqui, não vou discutir profundamente essa questão nem dar uma dica de investimento, mas devo refletir sobre a diferença entre a SELIC e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,83%, o que estabelece um juro real de aproximadamente 8,5%. Isso significa mais de 6% de lucro livre de impostos em uma conta simples, o que pode ser muito tentador para quem busca uma rentabilidade “livre de riscos”.
Atualmente, é possível encontrar CDBs (Certificados de Depósito Bancário) pré-fixados com rentabilidade anual de 14,5% e vencimento em 90 dias, gerando uma lucratividade líquida de aproximadamente 0,5% ao mês (descontando inflação e impostos). Isso é bastante razoável, especialmente em um investimento conservador de baixo risco com curto prazo e mais ainda quando o prazo aumenta, o imposto diminui e os juros compostos atuam.
Alguém pode argumentar que a poupança rende 0,5% ao mês e não tem incidência de imposto de renda, o que faz sentido. No entanto, é importante lembrar que a poupança não considera a inflação. Como mencionei, este texto não é uma dica de investimento, mas uma reflexão sobre como o cenário, mesmo para investidores conservadores, pode incentivar a manutenção do dinheiro em operações financeiras ao invés de investir em um negócio ou financiar a aquisição de bens. Por isso, devo ficar atento à variação da SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) e aos seus impactos em nossa vida.
Para entender melhor sobre a taxa SELIC, você pode acessar este artigo da InfoMoney que está bem explicado.