
Responder a essa pergunta é revelar minha visão de mundo e minha trajetória profissional.
Quando trabalhei como mediador na Estação Ciência, muitas vezes conversei com amigos de diferentes áreas de formação. Com o tempo, percebi que a graduação não é apenas um processo de aprendizado, mas a construção de uma nova forma de enxergar o mundo. Talvez seja por isso que gosto tanto de lecionar no ensino superior, especialmente para alunos ingressantes. Mas, mais uma vez, estou fugindo do tema que me propus a escrever. Vamos voltar a ele.
Há muitos motivos que poderiam compor minha resposta. Poderia falar sobre a elegância matemática presente em diversas teorias, sobre a forma como a Relatividade Restrita (ou Especial) conecta a Física Clássica à moderna, ou até sobre como a Física Quântica nos permite compreender a estrutura da matéria. Aliás, Física Quântica é um tema que merece muito mais espaço – mas, para ser sincero, nada me fascina tanto quanto a Cosmologia.
Sempre que tive a oportunidade de participar da construção de habilidades para o ensino médio ou de encaminhamentos didáticos de Física, fiz questão de reservar um bom espaço para Cosmologia. Afinal, o estudo dos corpos celestes envolve múltiplos campos da Física, como Mecânica, Termodinâmica, Eletromagnetismo e Física Quântica. Para o professor, é um desafio instigante; para o aluno, é um tema naturalmente curioso.

Eu poderia listar inúmeros motivos para gostar de ensinar Física, mas o mais importante de todos é que ela é tão bonita quanto uma nebulosa.